Estou assistindo uma copa do mundo fora do Brasil pela primeira vez. Pelo menos estou num lugar onde as pessoas gostam muito de futebol, portanto não tenho dificuldades em acompanhar os jogos e as notícias.
O lado ruim de estar longe do Brasil é perder as festas nos dias dos jogos mas o lado bom é poder fazer festa outros dias. Tirei uma semana para assistir jogos com amigos daqui e pude assistir jogo da França com franceses, Alemanha com alemães, Portugal, Espanha e Inglaterra. Sem contar que acompanho os jogos com narração de verdade. O pessoal daqui sabe o nome dos jogadores dos dois times em campo, narram os passes, chutes, movimentação e pesquisam informações sobre todos os times antes de narrar. Muito diferente da "máquina-de-dizer-lugar-comum", Galvão Bueno, que tagarela no Brasil.
Alguns detalhes que vou lembrar:
-Os irlandeses estão radiantes com o desempenho pífio da França. Tudo porque o Thierry Henry eliminou a Irlanda, na etapa classificatória para a Copa, com um gol de mão.
-O time da França estava uma bagunça. Ninguém gosta do técnico, o Zidane vive dando pitaco de fora, os jogadores se acham as estrelas e resolveram desafiar a comissão técnica se recusando a treinar por causa do corte do jogador Anelka. Tudo vazou para a imprensa. O presidente Sarkozy teve de pedir para o ministro dos esportes ficar na Africa do Sul e resolver o impasse. As piadas com o time da França são muitas. A que eu mais gostei envolve a fama dos Franceses de gostar de greves por melhores condições de trabalho. Dizem que os jogadores de futebol da França estão em greve solicitando a redução da jornada de trabalho: querem que cada tempo de um jogo passe de 45 min para 30 min e querem maior intervalo para descanso.
-Os ingleses estão putos com o desempenho do time. Fui assistir um jogo com um grupo de amigos estrangeiros em um pub local. No fim do empate com a Argélia uns bêbados resolveram descontar a raiva em cima de uma amiga alemã dizendo que ela deveria voltar para o país de origem. Sorte minha ser brasileiro. Todos gostam da gente. Inclusive um dos bêbados tinha uma camisa comprada no Brasil e disse que adorava o nosso futebol.
-Os espanhóis e portugueses estão felizes com o time. Interessante notar que as pretensões deles não são de ganhar a copa, apenas chegar longe. Nós brasileiros somos muito mal-acostumados.
-Acompanhando a bagunça que é o time inglês e francês eu entendi e agora concordo um pouco com o estilo Dunga. Para ganhar uma copa do mundo não basta ter jogadores habilidosos. Existem muitos detalhes que vão desde a resistência física dos jogadores até as distrações causadas pelas mulheres e namoradas ocupando o noticiário.
-Nada chamou mais a atenção do que a briga entre o Dunga e a Globo. O primeiro chegou a xingar um jornalista na frente de todo mundo e a última levou um editorial ao ar criticando o técnico no dia em que o Brasil se classificou para a próxima etapa. Esta briga trouxe a tona os bastidores da relação entre Globo e CBF, entrevistas exclusivas, bagunça na copa de 2006, Vanderley Luxemburgo, Fátima Bernardes, ... Um bom resumo está no Azenha, clicando aqui. Quem não se lembra da Fátima Bernardes posando no meio de todos os jogadores na última copa e a Globo dizendo que ela foi a "musa" da copa. Transformaram a seleção em cast da Globo de tanta entrevista exclusiva alavancando a audiência. O Dunga resolveu acabar com o BBB da seleção e está sentindo as consequências.
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terça-feira, 22 de junho de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
Ranking dos nomes próprios
Os nomes são fonte de inúmeras conversas em mesas de bares e discussão entre futuros pais. Normalmente existem mais objeções do que preferências. Um dos argumentos mais usados nas discussões é a popularidade de determinado nome e todos sabemos que esta popularidade varia com a época.
O Jorge Furtado encontrou um banco de dados com nomes de brasileiros desde 1900. Observou que nestes 110 anos o nome Maria é o mais popular, disparado, seguido por Ana. Entre os homens a ordem é: João, Lucas, Gabriel e José. Mas é interessante observar como muda a ordem dos nomes mais populares nas diferentes décadas. O Jorge Furtado separou estes dados e fez alguns comentários para tentar explicar os fenômenos, cheios de humor. Vale muito a pena uma visita ao blog dele na pasta que chamou de "Em nome de Maria"
Eu reparei que "Roberto" surge entre os 30 nomes mais populares na década de 20 e permanece até a década de 60. Posso dizer então que quando nasci já estava fora de moda.
O Jorge Furtado encontrou um banco de dados com nomes de brasileiros desde 1900. Observou que nestes 110 anos o nome Maria é o mais popular, disparado, seguido por Ana. Entre os homens a ordem é: João, Lucas, Gabriel e José. Mas é interessante observar como muda a ordem dos nomes mais populares nas diferentes décadas. O Jorge Furtado separou estes dados e fez alguns comentários para tentar explicar os fenômenos, cheios de humor. Vale muito a pena uma visita ao blog dele na pasta que chamou de "Em nome de Maria"
Eu reparei que "Roberto" surge entre os 30 nomes mais populares na década de 20 e permanece até a década de 60. Posso dizer então que quando nasci já estava fora de moda.
domingo, 24 de janeiro de 2010
Sobre o Brasil...
Produção científica do Brasil ultrapassa a da Russia.
A produção científica brasileira ultrapassou a da Rússia, antiga potência na área, caminha para superar também a da Índia e se consolidar como a 2ª maior entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), segundo levantamento feito pela Thomson Reuters.
continua
Quando o Brasil será a 5a economia mundial?
Enviado por um leitor do blog do Nassif:
O Brasil parece predestinado a ser o 5º. Já ocupa o 5º maior território (atrás de Rússia, Canadá, China e EEUU) e tem a 5ª maior população (atrás de China, Índia, EEUU, Indonésia.) Território é um indicativo da presença de recursos (terras aráveis, minérios, fontes de energia, petróleo, etc.) e população, se capacitada e educada para o trabalho, é um indicativo de capital humano. Logo, o Brasil ter a 5ª economia é apenas uma conseqüência lógica e natural de suas dimensões. Basta ser mediano em desenvolvimento, dispor de mecanismos que permitam ao capital financeiro fluir e algum empenho do estado para corrigir as distorções que os mercados podem provocar.
Não tem muita importância isso de 5º, posto que nossa renda per capita ainda será uns 20/25% da verificada nos países desenvolvidos e nossos indicadores sociais (componentes do IDH) ainda estão 15% aquém do desejável. E não será em poucas décadas que a expectativa de vida será mediterrânea ou a educação será escandinava. No nosso entorno latino-americano, Chile, Uruguai, Venezuela, Argentina e México ainda são mais desenvolvidos em vários aspectos. Se em horizonte próximo alcançarmos nossos hermanos, o filme já será bom.
Mas vamos ao nosso exercício de “porque me ufano de meu país”
continua
A produção científica brasileira ultrapassou a da Rússia, antiga potência na área, caminha para superar também a da Índia e se consolidar como a 2ª maior entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), segundo levantamento feito pela Thomson Reuters.
continua
Quando o Brasil será a 5a economia mundial?
Enviado por um leitor do blog do Nassif:
O Brasil parece predestinado a ser o 5º. Já ocupa o 5º maior território (atrás de Rússia, Canadá, China e EEUU) e tem a 5ª maior população (atrás de China, Índia, EEUU, Indonésia.) Território é um indicativo da presença de recursos (terras aráveis, minérios, fontes de energia, petróleo, etc.) e população, se capacitada e educada para o trabalho, é um indicativo de capital humano. Logo, o Brasil ter a 5ª economia é apenas uma conseqüência lógica e natural de suas dimensões. Basta ser mediano em desenvolvimento, dispor de mecanismos que permitam ao capital financeiro fluir e algum empenho do estado para corrigir as distorções que os mercados podem provocar.
Não tem muita importância isso de 5º, posto que nossa renda per capita ainda será uns 20/25% da verificada nos países desenvolvidos e nossos indicadores sociais (componentes do IDH) ainda estão 15% aquém do desejável. E não será em poucas décadas que a expectativa de vida será mediterrânea ou a educação será escandinava. No nosso entorno latino-americano, Chile, Uruguai, Venezuela, Argentina e México ainda são mais desenvolvidos em vários aspectos. Se em horizonte próximo alcançarmos nossos hermanos, o filme já será bom.
Mas vamos ao nosso exercício de “porque me ufano de meu país”
continua
sábado, 13 de dezembro de 2008
O poder do jornalista
Qualquer pessoa pode fazer perguntas. O poder do jornalista é o de exigir resposta. Recusar a responder um jornalista leva a uma interpretação imediata que a resposta seria ainda mais danosa do que a falta dela. O entrevistado que não responde uma pergunta automaticamente aceita a insinuação do jornalista mas prefere não legitimá-la com uma resposta. Claro que o poder do jornalista pode ser usado de forma anti-ética e forçar insinuações falsas sem dar chance de defesa ao acusado.
O programa Roda Viva da TV Cultura de São Paulo entrevista o presidente do STF Gilmar Mendes nesta segunda feira. Seria uma grande oportunidade de exercer o poder do jornalismo e forçar o entrevistado a responder uma série de perguntas que pairam sem resposta na cabeça de muitas pessoas. Existem dúvidas sobre a ligação do Gilmar Mendes com o Daniel Dantas e seu advogado de defesa Nélio Machado, sobre a atuação política deste membro do judiciário em sua terra natal no estado de Goias, sobre a sua atuação empresarial em um instituto que possui contratos milionários com o governo e emprega outros ministros do STF, sobre o suposto grampo telefônico cujo áudio nunca foi apresentado, etc.
Denúncias sobre estes assuntos e perguntas sem resposta existem aos montes, principalmente na blogosfera. Seria surpreendente que o Gilmar Mendes se submetesse a uma entrevista onde se visse obrigado a explicar assuntos tão comprometedores. Entretanto a surpresa acaba ao se analisar a banca de entrevistadores. Nenhum dos quatro jornalistas convidados veio de veículos de imprensa que criticaram ou denunciaram alguma possível falcatrua na vida do magistrado. Pior, dois dos jornalistas convidados vieram de mídias envolvidas em algumas destas denúncias.
Este Roda Viva provavelmente não esclarecerá muitas coisas mas fortalece a idéia que existem perguntas que o presidente do STF não quer responder. O mais vergonhoso é perceber que a TV Cultura de São Paulo se presta a legitimar uma entrevista em que o poder jornalístico foi podado.
O programa Roda Viva da TV Cultura de São Paulo entrevista o presidente do STF Gilmar Mendes nesta segunda feira. Seria uma grande oportunidade de exercer o poder do jornalismo e forçar o entrevistado a responder uma série de perguntas que pairam sem resposta na cabeça de muitas pessoas. Existem dúvidas sobre a ligação do Gilmar Mendes com o Daniel Dantas e seu advogado de defesa Nélio Machado, sobre a atuação política deste membro do judiciário em sua terra natal no estado de Goias, sobre a sua atuação empresarial em um instituto que possui contratos milionários com o governo e emprega outros ministros do STF, sobre o suposto grampo telefônico cujo áudio nunca foi apresentado, etc.
Denúncias sobre estes assuntos e perguntas sem resposta existem aos montes, principalmente na blogosfera. Seria surpreendente que o Gilmar Mendes se submetesse a uma entrevista onde se visse obrigado a explicar assuntos tão comprometedores. Entretanto a surpresa acaba ao se analisar a banca de entrevistadores. Nenhum dos quatro jornalistas convidados veio de veículos de imprensa que criticaram ou denunciaram alguma possível falcatrua na vida do magistrado. Pior, dois dos jornalistas convidados vieram de mídias envolvidas em algumas destas denúncias.
Este Roda Viva provavelmente não esclarecerá muitas coisas mas fortalece a idéia que existem perguntas que o presidente do STF não quer responder. O mais vergonhoso é perceber que a TV Cultura de São Paulo se presta a legitimar uma entrevista em que o poder jornalístico foi podado.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Discussão interessante no blog do Nassif
Um dos meus passatempos na internet é participar de grupos de discussão. O blog do Nassif é sem dúvida o melhor ambiente para se discutir política, economia e administração pública devido ao elevado nível dos leitores e comentários. Hoje um dos membros da comunidade do blog do Nassif chamou a atenção para uma notícia do meu interesse: o TCU julgou que um ex-bolsista de doutorado no exterior, financiado pelo CNPq, deveria pagar de volta tudo o que a agência gastou em sua formação por não ter cumprido a exigência do contrato de voltar ao país.
Esta notícia permitiu uma boa discussão sobre a política de concessão de bolsas por parte do CNPq e CAPES. O Nassif pegou um dos meus comentários e colocou logo abaixo da notícia sobre o julgamento do TCU. Os comentários de outros leitores foram bons para perceber o que a população espera da política de incentivo a formação de mão de obra especializada promovida por estas agências. Quem se interessar por ler a discussão pode clicar aqui para ir direto ao post específico.
Atualizando (18-Outubro-2008)
A Assessoria de Comunicação Social do Ministério de Ciência e Tecnologia acompanhou a discussão acima e enviou uma nota ao blog do Nassif. A nota não responde muita coisa mas pelo menos demonstra interesse do MCT em contribuir para a discussão. A nota e os comentários gerados podem ser lidos aqui.
Esta notícia permitiu uma boa discussão sobre a política de concessão de bolsas por parte do CNPq e CAPES. O Nassif pegou um dos meus comentários e colocou logo abaixo da notícia sobre o julgamento do TCU. Os comentários de outros leitores foram bons para perceber o que a população espera da política de incentivo a formação de mão de obra especializada promovida por estas agências. Quem se interessar por ler a discussão pode clicar aqui para ir direto ao post específico.
Atualizando (18-Outubro-2008)
A Assessoria de Comunicação Social do Ministério de Ciência e Tecnologia acompanhou a discussão acima e enviou uma nota ao blog do Nassif. A nota não responde muita coisa mas pelo menos demonstra interesse do MCT em contribuir para a discussão. A nota e os comentários gerados podem ser lidos aqui.
domingo, 12 de outubro de 2008
Do Blog do Mino Carta
Este texto foi retirado do Blog do Mino Carta que está de volta à internet apesar da incompatibilidade entre o autor e o computador.
Antes o muro, agora o mercado
Dizem que as ideologias estão no cemitério. É como se ninguém tivesse direito às suas idéias. Claro que certas ideologias, derrotadas na sua prática, morreram de morte morrida. Não faltarão outras, novas em folha. Nas últimas décadas, e sobretudo depois da queda do Muro de Berlim, a religião neo-liberal do Deus Mercado tripudiou sobre o passamento do socialismo real. Agora chegou a vez dela. Praticado sem freios, o fundamentalismo financeiro soçobra neste exato instante em meio a uma tormenta sem par. Transformaram o mundo em uma roleta a circular em torno do sol. Em um cassino do faraoeste, ao resguardo de qualquer regra. Que esperavam, que a farra durasse para sempre? Permitam uma filosofada. Acho que antes da ideologia vem a ética. É dela que decorrem a busca da igualdade e o reconhecimento de que a liberdade por si só não basta, e exige as indispensáveis limitações da lei. É a ética que não nos permite viver em paz em um mundo e em uma sociedade desiguais. Não há consciência ética em quem aceita a miséria do semelhante como fato corriqueiro, normal, natural. Este, diria Norberto Bobbio, não é de esquerda.
Antes o muro, agora o mercado
Dizem que as ideologias estão no cemitério. É como se ninguém tivesse direito às suas idéias. Claro que certas ideologias, derrotadas na sua prática, morreram de morte morrida. Não faltarão outras, novas em folha. Nas últimas décadas, e sobretudo depois da queda do Muro de Berlim, a religião neo-liberal do Deus Mercado tripudiou sobre o passamento do socialismo real. Agora chegou a vez dela. Praticado sem freios, o fundamentalismo financeiro soçobra neste exato instante em meio a uma tormenta sem par. Transformaram o mundo em uma roleta a circular em torno do sol. Em um cassino do faraoeste, ao resguardo de qualquer regra. Que esperavam, que a farra durasse para sempre? Permitam uma filosofada. Acho que antes da ideologia vem a ética. É dela que decorrem a busca da igualdade e o reconhecimento de que a liberdade por si só não basta, e exige as indispensáveis limitações da lei. É a ética que não nos permite viver em paz em um mundo e em uma sociedade desiguais. Não há consciência ética em quem aceita a miséria do semelhante como fato corriqueiro, normal, natural. Este, diria Norberto Bobbio, não é de esquerda.
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