terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Reflexões sobre a sociedade brasileira, democracia e ações afirmativas

"Contra a violência
1. Ética, violência e racismo
Numa perspectiva geral, podemos dizer que a ética procura definir, antes de mais nada, a figura do agente ético e de suas ações e o conjunto de noções (ou valores) que balizam o campo de uma ação que se considere ética. O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é, como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como um ser livre que decide e escolhe o que faz, e como um ser responsável que responde pelo que faz. A ação ética é balizada pelas idéias de bom e mau, justo e injusto, virtude e vício, isto é, por valores cujo conteúdo pode variar de uma sociedade para outra ou na história de uma mesma sociedade, mas que propõem sempre uma diferença intrínseca entre condutas, segundo o bem, o justo e o virtuoso. Assim, uma ação só será ética se for consciente, livre e responsável e só será virtuosa se for realizada em conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre e só será livre se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão interior ao próprio agente e não vier da obediência a uma ordem, a um comando ou a uma pressão externos. Enfim, a ação só é ética se realizar a natureza racional, livre e responsável do agente e se o agente respeitar a racionalidade, liberdade e responsabilidade dos outros agentes, de sorte que a subjetividade ética é uma intersubjetividade. A ética não é um estoque de condutas e sim uma práxis que só existe pela e na ação dos sujeitos individuais e sociais, definidos por formas de sociabilidade instituídos pela ação humana em condições históricas determinadas.
A ética se opõe à violência, palavra que vem do latim e significa: 1) tudo o que age usando a força para ir contra a natureza de algum ser (é desnaturar);2) todo ato de força contra a espontaneidade, a vontade e a liberdade de alguém (é coagir, constranger, torturar, brutalizar);3) todo ato de violação da natureza de alguém ou de alguma coisa valorizada positivamente por uma sociedade (é violar);4) todo ato de transgressão contra aquelas coisas e ações que alguém ou uma sociedade define como justas e como um direito;5) conseqüentemente, violência é um ato de brutalidade, sevícia e abuso físico e/ou psíquico contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão, intimidação, pelo medo e pelo terror.
A violência se opõe à ética porque trata seres racionais e sensíveis, dotados de linguagem e de liberdade como se fossem coisas, isto é, irracionais, insensíveis, mudos, inertes ou passivos. Na medida em que a ética é inseparável da figura do sujeito racional, voluntário, livre e responsável, tratá-lo como se fosse desprovido de razão, vontade, liberdade e responsabilidade é tratá-lo não como humano e sim como coisa, fazendo-lhe violência nos cinco sentidos em que demos a esta palavra.
É sob este aspecto (entre outros, evidentemente), que o racismo é definido como violência. Não é demais lembrar quando essa idéia aparece.
De fato, não se sabe muito bem qual é a origem da palavra “raça” - os antigos gregos falavam em etnia e genos, os antigos hebreus, em povo, os romanos, em nação;e essas três palavras significavam o grupo de pessoas descendentes dos mesmos pais originários. Alguns dicionários indicam que, no século XII, usava-se a palavra francesa “haras” para se referir à criação de cavalos especiais e pode-se supor que seu emprego se generalizou para outros animais e para vegetais, estendendo-se depois aos humanos, dando origem à palavra “raça”. Outros julgam que a palavra se deriva de um vocábulo italiano, usado a partir do século XV, “razza”, significando espécie animal e vegetal e, posteriormente, estendendo-se para as famílias humanas, conforme sua geração e a continuidade de suas características físicas e psíquicas (ou seja, ganhando o sentido das antigas palavras etnia, genos e nação). Quando, no século XVI, para seqüestrar as fortunas das famílias judaicas da Península Ibérica, a fim de erguer um poderio náutico para criar impérios ultramarinos, a Inquisição inventou a expressão “limpeza de sangue”, significando a conversão dos judeus ao cristianismo. Com isso, a distinção religiosa, que separava judeus e cristãos, recebeu pela primeira vez um conteúdo étnico.
É interessante observar, porém, que a palavra “racial” surge apenas no século XIX, particularmente com a obra do francês Gobineau, que, inspirando-se na obra de Darwin, introduziu formalmente o termo “raça” para combater todas formas de miscigenação, estabelecendo distinções entre raças inferiores e superiores, a partir de características supostamente naturais. E, finalmente, foi apenas no século XX que surgiu a palavra “racismo”, que, conforme Houaiss, é uma crença fundada numa hierarquia entre raças, uma doutrina ou sistema político baseado no direito de uma raça, tida como pura e superior, de dominar as demais. Com isso, o racismo se torna preconceito contra pessoas julgadas inferiores e alimenta atitudes de extrema hostilidade contra elas, como a separação ou o apartamento total - o apartheid - e a destruição física do genos, isto é, o genocídio.
Seja no caso ibérico, seja no da colonização das Américas, seja no de Gobineau, seja no do apartheid, no do genocídio praticado pelo nazismo contra judeus, ciganos, poloneses e tchecos, ou o genocídio atual praticado pelos dirigentes do Estado de Israel contra os palestinos, a violência racista está determinada historicamente por condições materiais, isto é, econômicas e políticas. Em outras palavras, o racismo é uma ideologia das classes dominantes e dirigentes, interiorizada pelo restante da sociedade.
Ora, o fato de que no Brasil não tenha havido uma legislação apartheid, nem formas de discriminação como as existentes nos Estados Unidos, e que tenha havido miscigenação em larga escala, faz supor que, entre nós, não há racismo. O fato de que tenha sido necessária a promulgação da Lei Afonso Arinos e que o racismo tenha sido incluído pela Constituição de 1988 entre os crimes hediondos, deve levar-nos a tratar a suposição da inexistência do racismo num contexto mais amplo, qual seja, no de um mito poderoso, o da não-violência brasileira. Trata-se da imagem de um povo ordeiro, pacífico, generoso, alegre, sensual, solidário que desconhece o racismo, o sexismo, o machismo e o preconceito de classe, que respeita as diferenças étnicas, religiosas e políticas, não discrimina as pessoas por sua posição econômico-social nem por suas escolhas sexuais, etc.
2. O mito da não-violência brasileira
Por que mito? Porque:
a) um mito opera com antinomias, tensões e contradições que não podem ser resolvidas sem uma profunda transformação da sociedade no seu todo e que por isso são transferidas para uma solução imaginária, que torna suportável e justificável a realidade. Em suma, o mito nega e justifica a realidade negada por ele;
b) um mito cristaliza-se em crenças que são interiorizadas num grau tal que não são percebidas como crenças e sim tidas não só como uma explicação da realidade, mas como a própria realidade. Em suma, o mito substitui a realidade pela crença na realidade narrada por ele e torna invisível a realidade existente;
c) um mito resulta de ações sociais e produz como resultado outras ações sociais que o confirmam, isto é, um mito produz valores, idéias, comportamentos e práticas que o reiteram na e pela ação dos membros da sociedade. Em suma, o mito não é um simples pensamento, mas formas de ação;
d) um mito tem uma função apaziguadora e repetidora, assegurando à sociedade sua auto-conservação sob as transformações históricas. Isto significa que um mito é o suporte de ideologias: ele as fabrica para que possa, simultaneamente, enfrentar as mudanças históricas e negá-las, pois cada forma ideológica está encarregada de manter a matriz mítica inicial. No nosso caso, o mito fundador é exatamente o da não-violência essencial da sociedade brasileira.
Muitos indagarão como o mito da não-violência brasileira pode persistir sob o impacto da violência real, cotidiana, conhecida de todos e que, nos últimos tempos, é também ampliada por sua divulgação e difusão pelos meios de comunicação de massa. Ora, é justamente no modo de interpretação da violência que o mito encontra meios para conservar-se. Se fixarmos nossa atenção ao vocabulário empregado pelos mass media, observaremos que os vocábulos se distribuem de maneira sistemática:
- fala-se em chacina e massacre para referir-se ao assassinato em massa de pessoas indefesas, como crianças, favelados, encarcerados, sem-terra;
- fala-se em indistinção entre crime e polícia para referir-se à participação de forças policiais no crime organizado, particularmente o jogo do bicho, o narcotráfico e os seqüestros;
- fala-se em guerra civil tácita para referir-se ao movimento dos sem-terra, aos embates entre garimpeiros e índios, policiais e narcotraficantes, aos homicídios e furtos praticados em pequena e larga escala, mas também para referir-se ao aumento do contingente de desempregados e habitantes das ruas, aos assaltos coletivos a supermercados e mercados, e para falar dos acidentes de trânsito;
- fala-se em fraqueza da sociedade civil para referir-se à ausência de entidades e organizações sociais que articulem demandas, reivindicações, críticas e fiscalização dos poderes públicos;
- fala-se em debilidade das instituições políticas para referir-se à corrupção nos três poderes da república, à lentidão do poder judiciário, à falta de modernidade política;
- fala-se, por fim, em crise ética.
Essas imagens têm a função de oferecer uma imagem unificada da violência. Chacina, massacre, guerra civil tácita e indistinção entre polícia e crime pretendem ser o lugar onde a violência se situa e se realiza;fraqueza da sociedade civil, debilidade das instituições e crise ética são apresentadas como impotentes para coibir a violência. As imagens indicam a divisão entre dois grupos: de um lado, estão os grupos portadores de violência, e de outro, os grupos impotentes para combatê-la.
Essas imagens baseiam-se em alguns mecanismos ideológicos por meio dos quais se dá a conservação da mitologia.
O primeiro mecanismo é o da exclusão: afirma-se que a nação brasileira é não-violenta e que, se houver violência, esta é praticada por gente que não faz parte da nação (mesmo que tenha nascido e viva no Brasil). O mecanismo da exclusão produz a diferença entre um nós-brasileiros-não-violentos e um eles-não-brasileiros-violentos. "Eles" não fazem parte do "nós".
O segundo é o da distinção: distingue-se o essencial e o acidental, isto é, por essência, os brasileiros não são violentos e, portanto, a violência é acidental, um acontecimento efêmero, passageiro, uma "epidemia" ou um "surto" localizado na superfície de um tempo e de um espaço definidos, superável e que deixa intacta nossa essência não-violenta.
O terceiro é jurídico: a violência fica circunscrita ao campo da delinquência e da criminalidade, o crime sendo definido como ataque à propriedade privada (furto, roubo e latrocínio). Esse mecanismo permite, por um lado, determinar quem são os "agentes violentos" (de modo geral, os pobres e, entre estes, os negros) e legitimar a ação da polícia contra a população pobre, os negros, as crianças de rua e os favelados. A ação policial pode ser, às vezes, considerada violenta, recebendo o nome de "chacina" ou "massacre" quando, de uma só vez e sem motivo, o número de assassinados é muito elevado. No restante das vezes, porém, o assassinato policial é considerado normal e natural, uma vez que se trata da proteger o "nós" contra o "eles".
Finalmente, o último mecanismo é o da inversão do real, graças à produção de máscaras que permitem dissimular comportamentos, idéias e valores violentos como se fossem não-violentos. Assim, por exemplo, o machismo é colocado como proteção à natural fragilidade feminina, proteção inclui a idéia de que as mulheres precisam ser protegidas de si próprias, pois, como todos sabem, o estupro é um ato feminino de provocação e sedução;o paternalismo branco é visto como proteção para auxiliar a natural inferioridade dos negros, os quais, como todos sabem, são indolentes e safados;a repressão contra os homossexuais é considerada proteção natural aos valores sagrados da família e, agora, da saúde e da vida de todo o gênero humano ameaçado pela Aids, trazida pelos degenerados, etc..
No caso desse mecanismo de inversão, foi sintomática a reação de uma parte da classe média diante do Prouni. De fato, muitos disseram, pasmem!, que se tratava de “opressão racial contra os brancos”, no momento da entrada na universidade, e de “estímulo ao ódio contra os negros”, durante a permanência universitária. Em suma, o Prouni seria a criação do racismo no Brasil!
Mais clara e ainda mais paradigmática do mecanismo da inversão é o que acaba de ocorrer com a Ministra Matilde Ribeiro pela entrevista concedida à BBC: para puni-la por todas as políticas de ações afirmativas e de criação democrática de direitos sociais, econômicos e culturais, para puni-la por sua luta contra a violência racial, os meios de comunicação de massa tentam transformá-la em agente da violência. Ora, ao isolar suas palavras do contexto, os defensores da “não-violência” praticam uma ato de violência psíquica, intelectual e política, pois deformam e traem o que ela disse. Usando essa violência, declaram que não há racismo no Brasil, a não ser este que, segundo eles, ela teria instituído. E, suprema ironia, um dos jornais atacantes e pretensamente não racista costumava referir-se a FHC como “presidente mulatre”!
Em resumo, no Brasil, a violência não é percebida ali mesmo onde se origina e ali mesmo onde se define como violência propriamente dita, isto é, como toda prática e toda idéia que reduz um sujeito à condição de coisa, que viola interior e exteriormente o ser de alguém, que perpetua relações sociais de profunda desigualdade econômica, social e cultural. Mais do que isto, a sociedade não percebe que as próprias explicações oferecidas são violentas porque está cega ao lugar efetivo de produção da violência, isto é, a estrutura da sociedade brasileira, que, em sua violência cotidiana, reitera, alimenta e repete o mito da não-violência.
3. Uma sociedade violenta
Conservando as marcas da sociedade colonial escravista, a sociedade brasileira é determinada pelo predomínio do espaço privado (ou os interesses econômicos) sobre o público e, tendo o centro na hierarquia familiar, é fortemente hierarquizada em todos os seus aspectos: nela, as relações sociais e intersubjetivas são sempre realizadas como relação entre um superior, que manda, e um inferior, que obedece. As diferenças e assimetrias são sempre transformadas em desigualdades, que reforçam a relação mando-obediência. O outro jamais é reconhecido como sujeito nem como sujeito de direitos, jamais é reconhecido como subjetividade nem como alteridade. As relações, entre os que julgam iguais, são de “parentesco”, isto é, de cumplicidade;e, entre os que são vistos como desiguais, o relacionamento toma a forma do favor, da clientela, da tutela ou da cooptação, e, quando a desigualdade é muito marcada, assume a forma da opressão. Há, assim, a naturalização das desigualdades econômicas e sociais, do mesmo modo que há naturalização das diferenças étnicas (consideradas desigualdades raciais entre superiores e inferiores), religiosas e de gênero, bem como naturalização de todas formas visíveis e invisíveis de violência.
A violência está de tal modo interiorizada nos corações e mentes que alguém pode usar a frase "um negro de alma branca" e não ser considerado racista. Pode referir-se aos serviçais domésticos com a frase "uma empregada ótima: conhece seu lugar” e considerar-se isento de preconceito de classe. Pode dizer, como disse certa vez Paulo Maluf, “a professorinha não deve gritar por salário, mas achar um marido mais eficiente” e não ser considerado machista.
Podemos resumir, simplificadamente, os principais traços de nossa violência social considerando a sociedade brasileira oligárquica, autoritária, vertical, hierárquica, polarizada entre a carência e o privilégio e com bloqueios e resistências à instituição dos direitos civis, econômicos, sociais e culturais.
Nossa sociedade conheceu a cidadania através de uma figura inédita: o senhor (de escravos)-cidadão, e concebe a cidadania com privilégio de classe, fazendo-a ser uma concessão da classe dominante às demais classes sociais, podendo ser-lhes retirada quando os dominantes assim o decidirem. O caso da mídia contra a Ministra Matilde exprime exatamente essa idéia de cidadania concedida e retirada ao sabor dos interesses dos dominantes. Pelo mesmo motivo, no caso das camadas populares, os direitos, em lugar de aparecerem como conquistas dos movimentos sociais organizados, são sempre apresentados como concessão e outorga feitas pelo Estado, dependendo da vontade pessoal ou do arbítrio do governante.
Em nossa sociedade, as diferenças e assimetrias sociais e pessoais são imediatamente transformadas em desigualdades, e estas, em relação de hierarquia, mando e obediência. Os indivíduos se distribuem imediatamente em superiores e inferiores, ainda que alguém superior numa relação possa tornar-se inferior em outras, dependendo dos códigos de hierarquização que regem as relações sociais e pessoais. Todas as relações tomam a forma da dependência, da tutela, da concessão e do favor. Isso significa que as pessoas não são vistas, de um lado, como sujeitos autônomos e iguais, e, de outro, como cidadãs e, portanto, como portadoras de direitos. É exatamente isso que faz a violência ser a regra da vida social e cultural. Violência tanto maior porque invisível sob o paternalismo e o clientelismo, considerados naturais e, por vezes, exaltados como qualidades positivas do "caráter nacional".
Nela, as leis sempre foram armas para preservar privilégios e o melhor instrumento para a repressão e a opressão, jamais definindo direitos e deveres concretos e compreensíveis para todos. Essa situação é claramente reconhecida pelos trabalhadores quando afirmam que "a justiça só existe para os ricos". O Poder Judiciário é claramente percebido como distante, secreto, representante dos privilégios das oligarquias e não dos direitos da generalidade social. Para os grandes, a lei é privilégio;para as camadas populares, repressão. A lei não figura o pólo público do poder e da regulação dos conflitos, nunca define direitos e deveres dos cidadãos porque, em nosso país, a tarefa da lei é a conservação de privilégios e o exercício da repressão. Por este motivo, as leis aparecem como inócuas, inúteis ou incompreensíveis, feitas para serem transgredidas e não para serem transformadas - situação violenta que é miticamente transformada num traço positivo, quando a transgressão é elogiada como “o jeitinho brasileiro”.
Em nossa sociedade, não existem nem a idéia nem a prática da representação política autêntica. Os partidos políticos tendem a ser clubes privados das oligarquias locais e regionais, sempre tomam a forma clientelística na qual a relação é de tutela e de favor. É uma sociedade, conseqüentemente, na qual a esfera pública nunca chega a constituir-se como pública, pois é definida sempre e imediatamente pelas exigências do espaço privado (isto é, dos interesses econômicos dos dominantes). A indistinção entre o público e o privado não é uma falha acidental que podemos corrigir, pois é a estrutura do campo social e do campo político que se encontra determinada por essa indistinção.
É uma sociedade que por isso bloqueia a esfera pública da opinião como expressão dos interesses e dos direitos de grupos e classes sociais diferenciados eou antagônicos. Esse bloqueio não é um vazio ou uma ausência, mas um conjunto de ações determinadas que se traduzem numa maneira determinada de lidar com a esfera da opinião: os mass media monopolizam a informação, e o consenso é confundido com a unanimidade, de sorte que a discordância é posta como ignorância ou atraso.
As disputas pela posse da terra cultivada ou cultivável são resolvidas pelas armas e pelos assassinatos clandestinos. As desigualdades econômicas atingem a proporção do genocídio. Os negros são considerados infantis, ignorantes, safados, indolentes, raça inferior e perigosa, tanto assim, que numa inscrição gravada até há pouco tempo na entrada da Escola de Polícia de São Paulo dizia: "Um negro parado é suspeito;correndo, é culpado". Os índios, em fase final de extermínio, são considerados irresponsáveis (isto é, incapazes de cidadania), preguiçosos (isto é, mal-adaptáveis ao mercado de trabalho capitalista), perigosos, devendo ser exterminados ou, então, "civilizados" (isto é, entregues à sanha do mercado de compra e venda de mão-de-obra, mas sem garantias trabalhistas porque "irresponsáveis"). Os trabalhadores rurais e urbanos são considerados ignorantes, atrasados e perigosos, estando a polícia autorizada a parar qualquer trabalhador nas ruas, exigir a carteira de trabalho e prendê-lo "para averiguação", caso não esteja carregando identificação profissional (se for negro, além de carteira de trabalho, a polícia está autorizada a examinar-lhe as mãos para verificar se apresentam "sinais de trabalho" e a prendê-lo caso não encontre os supostos "sinais"). Há casos de mulheres que recorrem à Justiça por espancamento ou estupro, e são violentadas nas delegacias de polícia, sendo ali novamente espancadas e estupradas pelas “forças da ordem". Isto para não falarmos da tortura, nas prisões, de homossexuais, prostitutas e pequenos criminosos. Numa palavra, as classes populares carregam os estigmas da suspeita, da culpa e da incriminação permanentes. Essa situação é ainda mais aterradora quando nos lembramos de que os instrumentos criados durante a ditadura (1964-1975) para repressão e tortura dos prisioneiros políticos foram transferidos para o tratamento diário da população trabalhadora e que impera uma ideologia segundo a qual a miséria é causa de violência, as classes ditas "desfavorecidas" sendo consideradas potencialmente violentas e criminosas.
É uma sociedade na qual a estrutura da terra e a implantação da agroindústria criaram não só o fenômeno da migração, mas figuras novas na paisagem dos campos: os sem-terra, volantes, bóias-frias, diaristas sem contrato de trabalho e sem as mínimas garantias trabalhistas. Bóias-frias porque sua única refeição - entre as três da manhã e as sete da noite - consta de uma ração de arroz, ovo e banana, já frios, pois preparados nas primeiras horas do dia. E nem sempre o trabalhador pode trazer a bóia-fria, e os que não trazem se escondem dos demais, no momento da refeição, humilhados e envergonhados.
É uma sociedade na qual a população das grandes cidades se divide entre um "centro" e uma "periferia", o termo periferia sendo usado não apenas no sentido espacial-geográfico, mas social, designando bairros afastados nos quais estão ausentes todos os serviços básicos (luz, água, esgoto, calçamento, transporte, escola, posto de atendimento médico). Condição, aliás, encontrada no "centro", isto é, nos bolsões de pobreza, os cortiços e as favelas. População cuja jornada de trabalho, incluindo o tempo gasto em transportes, dura de 14 a 15 horas, e, no caso das mulheres casadas, inclui o serviço doméstico e o cuidado com os filhos.
É uma sociedade que não pode tolerar a manifestação explícita das contradições, justamente porque leva as divisões e desigualdades sociais ao limite e não pode aceitá-las de volta, sequer através da rotinização dos "conflitos de interesses" (à maneira das democracias liberais). Pelo contrário, a classe dominante exorciza o horror às contradições produzindo uma ideologia da indivisão e da união nacionais, a qualquer preço. Por isso recusa perceber e trabalhar os conflitos e contradições sociais, econômicas e políticas enquanto tais, uma vez que conflitos e contradições negam a imagem mítica da boa sociedade indivisa, pacífica e ordeira. Contradições e conflitos não são ignorados e sim recebem uma significação precisa: são considerados sinônimo de perigo, crise, desordem e a eles se oferece uma única resposta: a repressão policial e militar.
Nela vigora o fascínio pelos signos de prestígio e de poder, como se observa no uso de títulos honoríficos sem qualquer relação com a possível pertinência de sua atribuição, o caso mais corrente sendo o uso de "Doutor" quando, na relação social, o outro se sente ou é visto como superior ("doutor" é o substituto imaginário para os antigos títulos de nobreza);ou como se observa na importância dada à manutenção de criadagem doméstica, cujo número indica aumento de prestígio e de status, etc..
A desigualdade salarial entre homens e mulheres, entre brancos e negros, a exploração do trabalho infantil e dos idosos são consideradas normais. A existência dos sem-terra, dos sem-teto, dos desempregados é atribuída à ignorância, à preguiça e à incompetência dos "miseráveis". A existência de crianças de rua é vista como "tendência natural dos pobres à criminalidade". Os acidentes de trabalho são imputados à incompetência e ignorância dos trabalhadores. As mulheres que trabalham (se não forem professoras, enfermeiras ou assistentes sociais) são consideradas prostitutas em potencial e as prostitutas são tidas como degeneradas, perversas e criminosas, embora, infelizmente, indispensáveis para conservar a santidade da família.
A sociedade brasileira está polarizada entre a carência absoluta das camadas populares e o privilégio absoluto das camadas dominantes e dirigentes, bloqueando a instituição e a consolidação da democracia.
4. Democracia: criação de direitos
De fato, uma sociedade é democrática quando institui algo profundo, que é condição do próprio regime político, ou seja, quando institui direitos. Essa instituição é uma criação social, de tal maneira que a atividade democrática realiza-se socialmente como luta social e, politicamente, como um contra-poder social que determina, dirige, controla, limita e modifica a ação estatal e o poder dos governantes. Fundada na noção de direitos, a democracia está apta a diferenciá-los de privilégios e carências.
Um privilégio é, por definição, algo particular que não pode generalizar-se nem universalizar-se sem deixar de ser privilégio. Uma carência é uma falta também particular ou específica que desemboca numa demanda também particular ou específica, não conseguindo generalizar-se nem universalizar-se. Um direito, ao contrário de carências e privilégios, não é particular e específico, mas geral e universal, seja porque é o mesmo e válido para todos os indivíduos, grupos e classes sociais, seja porque embora diferenciado é reconhecido por todos (como é caso dos chamados direitos das minorias).
Uma das práticas mais importantes da política democrática consiste justamente em propiciar ações capazes de unificar a dispersão e a particularidade das carências em interesses comuns e, graças a essa generalidade, fazê-las alcançar a esfera universal dos direitos. Em outras palavras, privilégios e carências determinam a desigualdade econômica, social e política, contrariando o princípio democrático da igualdade, de sorte que a passagem das carências dispersas em interesse comuns e destes aos direitos é a luta pela igualdade. Avaliamos o alcance da cidadania popular quando tem força para desfazer privilégios, seja porque os faz passar a interesses comuns, seja porque os faz perder a legitimidade diante dos direitos e também quando tem força para fazer carências passarem à condição de interesses comuns e, destes, a direitos universais.
É neste contexto que a práxis da ministra Matilde precisa ser percebida e compreendida. É inconcebível que seu papel na instituição da democracia no Brasil possa ser diminuído ou contestado seja lá por quem for e muito menos pelos agentes da violência institucionalizada neste país."


Marilena Chauí é filósofa e professora da Faculdade de Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Aos admiradores da objetividade

"Quem, quando criança, percebeu sentimentos variados e fortes, mas pouca fineza de julgamento e prazer na retidão intelectual, nos familiares e conhecidos entre os quais cresceu, e, portanto, consumiu o melhor de seu tempo e energia na reconstrução de sentimentos, este notará, quando adulto, que cada nova coisa, cada nova pessoa lhe desperta imediata inclinação, aversão, inveja ou desprezo; sob a impressão desta experiência, contra a qual sente-se impotente, ele admira a neutralidade da percepção, ou a mais singular moralidade, e não quer acreditar que também ela não é mais que filha da disciplina e do hábito."

domingo, 16 de dezembro de 2007

Natal

Eu tenho que preparar o meu natal se não quiser passar a data comendo comida congelada e bebendo limonada de caixinha. Decidi me presentear com algumas boas cervejas, vinhos e as cachaças de sempre. Além disso, decidi cozinhar alguma coisa mais elaborada.
Fui até uma loja especializada em bebidas e importação para encontrar algumas marcas de cerveja indicadas por uma alemã que trabalhou um tempo no meu grupo.

Comprei duas marcas alemãs: Paulaner Salvator e Franziskaner Weissbier. A primeira é uma cerveja no estilo bock que são feitas de malte mais escuro. As cervejas bocks possuem tradição em eventos especiais como natal e páscoa. Elas são mais fortes e possuem mais nutrientes, por isso eram muito consumidas por homens do clero durante o jejum da quaresma.
A cerveja Franziskaner é do tipo Hefeweinzen: cerveja de trigo em que o fermento não é filtrado. A ausência da filtragem do fermento permite a manutenção de proteínas do trigo que deixam a cerveja turva.







Também comprei duas garrafas de uma famosa cervejaria inglesa-Samuel Smiths. Esta cerveja é mais famosa pela tradição da cervejaria do que pelo sabor. A cervejaria mantém uma produção antiquada e ainda mantém uma distribuição por carroça para a vizinhança. É difícil encontrar esta marca fora da Inglaterra e resolvi experimentar já que gosto muito da New Castle e da vizinha de cima Guinness.










Outro país que cooperou para o meu natal foi a Bélgica. As cervejas belgas eram as mais caras do lugar e eu não sei porquê. Resolvi pagar pra ver e comprei uma garrafa que tem um desenho de uma mulher com uma criança no colo que lembra Maria e Jesus, logo, tem tudo a ver com natal.












Para não dizer que não sou patriota eu não esqueci de procurar produtos brasileiros. A única cerveja brasileira disponível na loja era a Xingú, que por sinal estava entre as mais caras. Procurei cachaça e só encontrei 51-Pirassununga e Ypióca, ambas por mais de 20 dólares a garrafa. Me deu vontade de rir. Ainda bem que mantenho minha reserva técnica para estas ocasiões especiais. Atualmente tenho um terço de uma garrafa de Germana, uma garrafa fechada de Minas de Ouro e uma fechada de Vale Verde.










O prato principal no natal será frango. Quem não cozinha perú tem que se virar com frango. A receita é tirada de um livro e quem quiser pode tentar em casa também. É fácil e fica ótimo.
Feliz Natal a todos!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

We are the world

O Paulo mostrou este vídeo na festa brega em Santa Bárbara e gerou uma onda de saudosismo. Acho que esta foi a primeira campanha beneficente de grande alcance. A letra foi escrita pelo Michael Jackson e Lionel Richie e gravada por 45 dos mais famosos músicos da época. A Columbia Records doou os custos de produção e distribuição. O disco chegou nas lojas no dia 5 de março e todas as 800000 cópias foram vendidas até o fim de semana. No total a campanha arrecadou 63 milhões de dólares para a luta contra a fome.
Este vídeo me lembrou da existência do Bruce Springsteen (que aparece em 2:15 no vídeo) e eu baixei o último álbum dele que se chama "Magic". O álbum é muito bom na minha opinião. Se não fosse tão caro eu até comprava o cd.

domingo, 2 de dezembro de 2007

USC x UCLA

Poucos se interessam por futebol americano, menos ainda por futebol americano universitário.
Eu fui forçado a gostar pois isto é uma febre na universidade. Ainda mais porque a USC é uma das mais tradicionais no futebol. A temporada de futebol universitário acontece no segundo semestre do ano. Os times jogam entre si dentro das conferências e existe um ranking estremamente discutível para comparar os times das diversas conferências. No fim da temporada os times no topo do ranking jogam um jogo decisivo, "bowl", para decidir o campeão geral. Acontece que o ranking nunca agrada a todos pois a votação é subjetiva e ninguém entende os critérios adotados. Além disso não existe apenas um "bowl" no fim da temporada. Acontecem diversos "bowls" entre diferentes times e o campeão sai do "bowl" do time melhor colocado no ranking se eu entendi certo. Fazem parte da conferência da USC: Washington, Washington state, Arizona, Arizona State, UCLA, California, Stanford, Oregon e Oregon state. Além destes a USC sempre joga contra Notre Dame que é outro time de grande tradição no futebol.
Na última rodada da temporada acontece o clássico local: USC x UCLA. Este jogo é clássico porque são as duas grandes universidades de Los Angeles mas em termos de futebol americano a USC está muito acima da UCLA.
A temporada acabou este sábado e, pra variar, a USC venceu a UCLA. Um dos "touchdown" pode ser visto no vídeo a seguir. No ano passado aconteceu um acidente de percurso e a UCLA venceu a USC tirando a minha universidade da disputa pelo título nacional apesar de que ganhamos o título da conferência mesmo com a última derrota. Este ano também ganhamos o título da conferência (sexto seguido).



O maior clássico nosso, na minha opinião, é contra Notre Dame. Notre Dame possui o maior número de títulos nacionais reconhecidos, 13, seguido pela USC e Alabama com 11 de acordo com a Wikipedia. O número de títulos de cada universidade é mais questionado do que o número de títulos nacionais de cada time do futebol brasileiro.
Eu cheguei na USC em 2005 e a universidade era a atual campeã universitária. Eu comecei a gostar deste esporte depois do jogo contra Notre Dame em 2005 em que a USC virou e ganhou nos últimos segundos. O vídeo a seguir mostra os últimos lances deste jogo.

domingo, 21 de outubro de 2007

Manhattan Beach

Fim de tarde numa sexta feira em Manhattan Beach. Provocação para aqueles que não moram em praia.



































Glauco

As últimas duas semanas foram animadas pela presença do Glauco como hóspede na casa. O Glauco foi bolsista da CAPES entre 2001 e 2005 buscando o doutorado em Economia Política na USC. Ele voltou para o Brasil pouco tempo depois da minha chegada e ajudou muito a minha instalação pois me vendeu tudo o que precisava por um preço camarada. Acredito que ele foi o inspirador do termo "Perdido em L.A." que passou a denominar todos os estudantes brasileiros de doutorado da USC naquele tempo.
O Glauco voltou para conversar com os orientadores pois ele ainda não defendeu a tese. Pelo visto acertaram a defesa para janeiro. Nestas duas semanas a casa foi animada por discussões bem humoradas entre um neoliberal e um marxista além das palhaçadas características do Glauco como a foto que ilustra este texto. Ele dizia que comprou uma peruca de cantor sertanejo americano para uma festa a fantasia. Eu acho que a peruca não tem nada a ver com cantor sertanejo mas cada um na sua. Respeito a opção dele... hehe

John Williams na USC

Quinta feira passada, 18 de outubro, o compositor John Williams conduziu a orquestra da USC em uma apresentação aberta ao público.
John Williams talvez seja o maior compositor vivo para cinema. Ele já teve mais de 45 indicações para o Oscar e ganhou 5. Também ganhou diversos outros prêmios como 17 Grammys. O programa contou com alguns dos maiores sucessos antigos como E.T. e Guerra nas Estrelas e alguns recentes como A lista de Schindler e Harry Potter. O program foi o seguinte:

Programa

The Cowboys Overture || John Williams (b. 1932)

Concerto for Horn and Orchestra || Williams
Angelus, “Far Far Away, Like Bells at Evening Pealing” • The Battle of the Trees, “Swift Oak... Stout Guardian of the Door” • Pastorale, “There Came a Day at Summer’s Full” •
The Hunt, “The Hart Loves the Highwood” • Nocturne, “The Crimson Day Withdraws”

James Thatcher, French horn

Flying Theme from E.T.: The Extra-Terrestrial || Williams

Two Pieces from Harry Potter || Williams
Nimbus 2000 • Harry’s Wondrous World

Theme from Schindler's List || Williams
Margaret Batjer, violin

Three Pieces from Star Wars || Williams
Imperial March • Yoda’s Theme • Main Title

quando a apresentação acabou a platéia aplaudiu de pé por um tempo até que ele tocou um bis com o tema de Indiana Jones e Memórias de uma Geisha. A platéia ainda aplaudiu de pé por uns 5 minutos mas parecia que eles não tinham preparado outras músicas. Uma parte interessante da apresentação aconteceu quando o John Williams estava falando do filme A lista de Schindler. Ele disse que assistiu o filme com o Spielberg e iriam discutir os temas quando ele disse:
-Spielberg, sinceramente você precisa de um compositor melhor do que eu para fazer este filme.
e o Spielberg respondeu:
-Eu sei. Mas eles estão todos mortos.


Foto tirada depois da apresentação. A partir da esquerda: Juan, João, Flávia, Luiz e eu.

domingo, 7 de outubro de 2007

Tempos de PIC

Bons tempos de boate do PIC. Acho que passei mais tempo dentro daquela boate do que em sala de aula durante a graduação. Mas nem tanto quanto no diretório acadêmico...
Enquanto vigiava a vida alheia no Orkut eu encontrei esta foto no album de uma grande amiga, Luciana Sifuentes. Nem lembrava da existência desta foto, que foi tirada nos bastidores do único evento da comissão jovem do PIC. Estão na foto: Luiz Alexandre (Van Damme), Lú, eu, Izabella e os integrantes do Pânico Zé Fofinho e Mendigo. O pessoal do Pânico foi contratado pra animar a festa por sugestão de um executivo da rádio Jovem Pan. Eu preferia outra atração mas um funcionário do PIC gostou desta sugestão. A boate encheu, o Zé Fofinho e o Mendigo foram muito bons mas achei a festa uma bosta. De qualquer forma valeu pela bagunça e amizades da Comissão Jovem que se desfez pouco tempo depois. Acho que nem os membros da Comissão Jovem nem a diretoria do PIC estavam preparados para trabalhar juntos.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Apareci no Blog do Nassif : )

Todos os dias sigo um ritual ao ligar o computador:

-checar os três principais endereços de email
-abrir o ORKUT
-ler o blog do Nassif

O Nassif foi jornalista da Folha de São Paulo por muito tempo e escrevia sobre economia. Criou um blog que se tornou um dos mais lidos e premiados onde discute economia, política, jornalismo, música, informática, literatura,...
O segredo do Blog do Nassif é o alto nível dos leitores e comentaristas. Isto permite que ele tenha acesso a informações de alto nível sobre todos os temas.
No mar de mediocridade do jornalismo brasileiro o Blog do Nassif é, para mim, uma ilha de qualidade e moderação.
Uma semana atrás, aproximadamente, o Nassif levantou o tema de fotografias famosas e pediu a colaboração dos leitores. Eu indiquei o site do "World Press Photo of the Year" que já havia mostrado aqui neste blog e ele achou interessante e publicou meu comentário na página principal.
A diferença entre o site que eu indiquei para o Nassif e o site que indiquei aqui é que no primeiro estão todas as fotos premiadas desde 1955 e aqui estão apenas as fotos premiadas no ano passado. Vale a pena observar todas as fotos desde 1955. Muitas serão reconhecidas.

Para visitar o blog do Nassif clique aqui

Para ver o meu comentário no Blog do Nassif clique aqui

sábado, 22 de setembro de 2007

Apresentação

Uma colega de estudos na USC tirou uma foto durante minha apresentação em Ufa. O foco da foto não é muito bom por causa da baixa luminosidade no salão. A foto foi tirada no início da apresentação e eu ainda apanhava para conseguir falar perto do microfone e, ao mesmo tempo, indicar detalhes na imagem do projetor. A tela foi colocada praticamente na mesma profundidade do microfone o que dificultava a visão de quem apresentava.




A outra foto foi tirada em um momento de mais tranquilo: um churrasco na casa de uma pesquisadora local. A vodca na minha mão era ótima.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

World Press Photo of the Year

Esta organização premia as melhores fotos da imprensa mundial. Algumas são realmente impressionantes. Eu não copio e colo aqui porque as fotos sao protegidas por copyright mas voces podem vê-las diretamente no site do World Press Photo of the Year. Clique nos links abaixo para ir pro site:
A foto vencedora de 2006 (mostra jovens dentro de um carro conversível observando a destruição provocada no Líbano pelo confronto com Israelenses)
Primeiro lugar em "people in the news" (foto impressionante que mostra uma colona judia resistindo ao exército israelense que cumpre ordens de derrubar casas)
Segundo lugar em "sports action" (esta foto mostra o momento em que um jogador de futebol dá uma meia bicicleta pra chutar a bola)

galeria geral do site

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

"I see..." said the blind man to the deaf woman

Tem horas que a música caipira é imprescindível.
Esta música foi indicação do Blog do Nassif que, assim como eu, se emociona com Pena Branca e Xavantinho. Ele inclusive escreveu uma crônica sobre este assunto que pode ser lida clicando-se AQUI. Antes, escutem estrada do sertão:


sábado, 25 de agosto de 2007

Atrações turísticas




Esta figura estranha aí do lado é o fundador da cidade de Ufa se não me engano

















Esta é a principal mesquita da cidade. Foi um presente do governo Turco para Ufa. A cidade foi domínio do Império Turco-Otomano e por isso existem muitos muçulmanos na região.
















Acho que toda cidade da Rússia tem um monumento à 2a guerra mundial. Pelo menos foi o que escutei na visita ao monumento de Ufa.


















Esta estátua é o símbolo do selo da República do Bascortostão. Este seria um herói que lutou contra os Russos antes que os estados se unissem.







Eles também têm o próprio obelisco. Foi construído no aniversário de 400 anos da união com a Rússia. Por sinal eles comemoram 450 anos desta união agora em 2007. O obelisco deles é bem maior do que o de BH. Acho que os cruzeirenses ficariam felissíssimos lá!
















Esta casa foi usada pelo Lênin enquanto ele viveu em Ufa no ano de 1900. Nesta época ele estava difundindo suas idéias pela Rússia através de pequenos jornais. O prédio do jornal que ele fundou em Ufa também está conservado e é este amarelo aí ao lado.
Uma curiosidade da cidade é que um grande shopping e um McDonnalds, símbolos do capitalismo, ficam entre as ruas Lênin e Karl Marx.

UFA

A cidade de Ufa mistura construções antigas (de mais de 100 anos) com muitos prédios novos. A cidade parece um grande terreiro de obras atualmente devido ao grande número de novas construções. As pessoas na rua dizem que o que motiva o grande número de novas construções é a comemoração dos 450 anos de que a República do Bascortostão se uniu á Rússia. Eu acho que é o dinheiro do petróleo que subiu muito nos últimos anos e inundou a cidade que é um polo de refino de óleo que vem da Sibéria.
















































De Los Angeles a Ufa

Cheguei no aeroporto internacional -LAX- com 2 horas de antecedência ao vôo e demorei 1 hora para fazer check-in, passar a bagagem no equipamento de inspeção e fazer todas as checagens de segurança para entrar no saguão de embarque internacional. Até aí tudo bem.
Estava com duas colegas de laboratório esperando o embarque que já estava atrasado e perguntei para os funcionários da Cia Aérea -Aeroflot- se havia algum problema e eles disseram que o aeroporto estava com problemas na área de imigração. Não entendi direito mas fiquei tranquilo porque o problema não era na aeronave e me disseram que brevemente embarcaríamos. Uma hora depois eu descobri que o problema era que o setor que cuida da checagem de passageiros que chegam de vôos internacionais estava com problemas, o sistema de computadores não estava funcionando. A aeronave que nos levaria a Moscou, tinha chegado de lá cheia de passageiros e eles não podiam desembarcar por causa do problema na imigração. Logo, nós não podíamos embarcar.
Quando o atraso chegou a 3 horas eu e as duas colegas saímos para tomar um café (5 dólares foi o mais barato que encontramos). Voltamos e esperamos mais uma hora. Conversei com a atendente da Cia Aérea e pedi cupons de alimentação no que fui prontamente atendido. Recebi cupons de alimentação no valor de 15 dólares para cada um e saímos do setor de embarque para comer uma comida mexicana horrorosa no saguão de check-in do aeroporto (Tom Bradley). Demoramos 2 horas para comer e passar pela checagem de segurança de novo. Embarcamos com 6 horas de atraso e ainda esperamos mais 2 horas dentro do avião para decolar.
O atraso de 8 horas no vôo nos custou a perda da conexão para Ufa mas a Aeroflot nos acomodou em um hotel próximo do aeroporto de Moscou e nos colocou no próximo vôo para Ufa. Foi bom para recuperar da viagem desgastante pois dormimos e tomamos café antes de embarcarmos para Ufa. O próximo vôo foi tranquilo. O único problema foi o idiota aqui que esqueceu passaporte, passagem, dinheiro e camera digital dentro do avião e só percebeu quando tentou sair do aeroporto. Depois teve que se virar para conversar com funcionarios que nao sabem ingles (muito menos português) e conseguir voltar para a aeronave.
Detalhe: o meu vôo atrasou 8 horas e todos vôos de Los Angeles tiveram atrasos semelhantes ou maiores. Umas 2 semanas antes uma greve de pilotos também gerou atrasos em todos aeroportos americanos. Uma semana antes dois helicópteros se chocaram no ar e dois aviões se chocaram em um aeroporto com vítimas fatais nos dois acidentes. Não vi ninguém culpando o governo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Viagem para Ufa, Rússia

Viajo no sábado para Ufa, capital do Bascortostão, na Rússia para uma conferência.

De acordo a Wikipedia:

A República do Bascortostão ou Basquíria é uma divisão federal da Federação Russa. Tem 4.104.336 habitantes (censo de 2002) o que faz dela a sétima mais habitada da Federação. A sua capital é a cidade de Ufa.

É um dos mais ricos territórios russos em minerais e petróleo.


Fiquei sabendo que eles bebem muita vodka (isso eu já esperava) e leite de cavalo (não tenho vontade de experimentar) e comem carne de cavalo também.


O mapa do lado dá uma idéia da localização geográfica da cidade.




Ficarei hospedado no Bashkortostan Hotel que pode ser visto na foto do lado. Meu orientador disse que este é um dos melhores hotéis que ele já se hospedou e que o café da manhã só perde para o que ele comeu no Brasil. Realmente o nosso café da manhã é imbatível! Mais fotos da cidade podem ser vistas clicando aqui.


Uma curiosidade científica é que Ufa hospeda o único centro especializado em pesquisa de superplasticidade do mundo. Superplasticidade é um dos temas da minha pesquisa de doutorado. É surpreendente que eles tenham um grande edifício e uma grande área de laboratório só para pesquisar este assunto pois a aplicação da superplasticidade é muito restrita.

Tentarei tirar o máximo de fotos possíveis e colocarei aqui futuramente. A Rússia deve ser um lugar, no mínimo, diferente.

Terremoto

2 anos depois que cheguei a Los Angeles eu senti o primeiro terremoto.
Deitei para dormir às 00:50 depois de assistir um filme. Estava esperando cair no sono quando senti a cama balançar mais forte do que o normal e escutei barulhos de atrito de madeira. O tanto que balançou e a frequencia das oscilações foram diferentes do que estou acostumado por causa de movimentos de caminhões pesados na freeway perto da minha casa. Foi claro que se tratava de um terremoto mas não foi forte o suficiente pra vencer a minha preguiça de levantar da cama pra me proteger. O tremor demorou uns 5 segundos. Hoje pela manhã eu acessei a internet e vi que o tremor foi de 4.6 pontos de magnitude. Não chegou a assustar ninguém mas foi o suficiente para fecharem algumas pontes para vistoria da estrutura.

dados do terremoto




terça-feira, 7 de agosto de 2007

Melhor Intérprete

Na falta do que fazer pra divertir aqui resta escutar música. Eu vi uma interpretação da Elis Regina no youtube e lembrei de uma conversa com o Danilo que disse que a Maria Rita era melhor do que a mãe. Deixo as duas! Além delas, também coloquei um video antigo da Maria Bethânia. Esses vídeos são bem Metro!

Eu acho que a Sandy não está no nível delas ainda mas tem uma menina de Campinas que vive falando que estudou no mesmo colégio da Sandy e que a Sandy é isso e aquilo então também deixo um video dela. Aí Lisandra: a Sandy, um banquinho e um violão! hahahaha.







sábado, 4 de agosto de 2007

Panamericano 2007 - contribuição do Lió



O blog está crescendo assustadoramente. Já são quase 3 pessoas que o visitaram e agora já contamos com a colaboração de correspondentes. O Lió acompanhou o Pan no Rio e enviou um ótimo relato com fotos. É bom escutar a opinião de quem conhece o Rio de Janeiro pessoalmente, e não através da tv.




Passei alguns dias no Rio de Janeiro durante o panamericano 2007 e tive muitas surpresas gratas nesse período. A primeira delas foi saber que nosso país tem sim, capacidade para organizar grandes eventos esportivos como copa do mundo e olimpíadas. A segunda foi perceber que a cidade maravilhosa, e cada vez mais maravilhosa, tem solução sim no que diz respeito a violência, apesar de ter uma opinião própria que a violência da cidade do Rio de Janeiro não é maior do que a violência dos outros grandes centros urbanos como São Paulo, Belo Horizonte, Salvador entre outras. O que ocorre é apenas uma difamação exagerada por motivos políticos que não cabe aqui nesse artigo discuti-las.

Uma semana antes do início dos jogos, a polícia carioca, auxiliada pela guarda nacional e por comandantes de outros estados, “virgens” quanto a corrupção carioca, que assola não somente o Rio, mas todo um país, conseguiu com méritos, uma melhora na segurança. Guarda nacional essa, que encontramos nas ruas, em todas as esquinas, perdidos na capital Fluminense pedindo a todos informações de ruas e sentidos, sempre com um sorriso no rosto e dispostos também a auxiliar os turistas. Sorriso esse, a cara do Rio de Janeiro, cidade da alegria e da beleza que por alguns momentos foi colocada a prova.


Enfim, com a estrutura de segurança montada, como dizia, uma semana antes do início dos jogos, foi estourada uma das principais bocas de fumo do Rio, no morro do Alemão, onde traficantes entraram em choque com a PM e alguns foram mortos e outros presos. Bem sucedida a missão, foi feita uma promessa pelo chefe de segurança de invadirem outras bocas no Rio de Janeiro, causando pânico e terror nos delinqüentes, fazendo com que alguns se inquietassem e outros fugissem para outros lugares fora do Rio.




Continuando, o que pude perceber durante os jogos, foi uma organização maravilhosa, é claro que algumas coisas precisam ser melhoradas, um povo fantasticamente receptivo, às vezes até demais como tivemos a oportunidade de presenciar nos confrontos entre Brasil contra Argentina, Cuba, EUA, onde a rivalidade as vezes até passava do limite. Restou de ponto negativo, uma grande vaia a nosso presidente Luis Inácio Lula da Silva na abertura dos jogos. Apesar de considerar válida e agradecer pela nossa liberdade democrática, tenho que ressaltar que ao menos no esporte nosso presidente vem fazendo o possível para colocar o Brasil entre as grandes potências mundiais.

Não só o Rio de Janeiro, cidade sede, mas todo o país merece os parabéns pela excelente festa organizada, concluída com chave de ouro com o Brasil realizando a sua principal participação nos jogos Panamericanos e deixando todos nós com uma grande esperança para as próximas olimpíadas a se realizarem em Pequim no próximo ano.

A cidade estava muito cheia, com pessoas de todos os estados brasileiros, com turistas estrangeiros e com vários atletas que vieram para a disputa.

O que podíamos ver eram bares e restaurantes cheios, praias lotadas, hotéis com reservas esgotadas e uma economia movimentada.

A estrutura deixada pelo Pan cabe aqui dizer, foi de primeiro mundo e deve ser mantida, bem como as benfeitorias realizadas para a festa. Eventos como esse são importantes para mostrarmos o que temos de melhor, ou seja, a beleza de um país e sua natureza, a receptividade do povo brasileiro, sempre alegre e movimentarmos mais nosso turismo que com certeza, possui muito ainda a ser explorado.

Mais uma vez, parabéns Rio, parabéns Brasil. Estamos todos ansiosos aguardando o próximo evento. Estamos de braços abertos se a copa de 2014 vier para nós. Tenho certeza que o país penta campeão vai realizar uma das maiores festas já vistas.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Decálogo – Krzysztof Kieslowski

Ontem eu terminei de assistir a obra-prima do Krzysztof Kieslowski – “Decálogo”. São dez filmes curtos, aproximadamente 1 hora, que utilizam cada um dos 10 mandamentos (versão católica) como foco. Eu já apreciava este diretor por causa da trilogia das cores (azul, branco e vermelho) mas agora eu o considero um dos meus 3 preferidos, junto com Kubrick e Lynch. Inclusive foi o Kubrick que escreveu o prefácio para esta série onde disse, dentre outras coisas, que os realizadores do Decálogo ganharam muito ao permitir que a audiência descobrisse o que estava acontecendo, pela dramatização dos pontos principais, ao invés de simplesmente contar. Realmente existem poucos diálogos nos filmes e temos que descobrir quase tudo pelas atitudes dos atores.

Os filmes que ficaram mais famosos foram –Não matarás e –Não pecar contra a castidade (acho que este ficou com o título Não amarás), que posteriormente foram transformados em longas metragens. Mas os que eu mais gostei foram o primeiro (Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas) e o oitavo (Não levantar falso testemunho). O primeiro mostra um homem e seu filho, extremamente racionais, que utilizam um computador pra tudo. A crença na capacidade de raciocínio lógico acaba se virando contra eles. Um dos trechos do oitavo filme pode ser visto abaixo. Ele mostra uma sala de aula onde os estudantes e a professora discutem dilemas. Um dos dilemas é referência ao segundo filme e inicia um debate entre uma visitante da universidade e a professora, que percebe que aquela visitante é, na verdade, uma criança que ela abandonou à morte durante a guerra usando uma mentira.

Apesar de serem baseados na versão católica dos 10 mandamentos (clique aqui para ver a pagina da wikipedia sobre os 10 mandamentos) eu não acho que exista apelo religioso nestes filmes.

Uma coisa interessante nesta série é poder observar como era a vida na Polônia na década de 80: os carros, interior dos apartamentos, as ruas, subúrbios, sistema de transporte, etc.. Todos os filmes foram filmados em Varsóvia e utilizam o mesmo conjunto habitacional como casa dos personagens. Os personagens são diferentes em todos os filmes, com exceção de uma figura estranha que sempre aparece e parece representar Deus observando os personagens.

Mesmo que alguém se entusiasme com a minha descrição, eu acho difícil que consigam encontrar esta série em alguma locadora em BH. É uma pena pois perdem a oportunidade de assistir o que o Kubrick descreveu como a única obra-prima que ele viu na vida.




quinta-feira, 26 de julho de 2007

Serafim e seus filhos

Demorei umas 3 horas pra achar um programa pra tocar mp3 neste blog. Testei 3 programas, sem sucesso, até encontrar este. Acho que a cor rosa é muito metro pra mim mas tá valendo.
A primeira música não podia deixar de ser sertaneja, caipira, da roça, popular, etc. (sei lá qual a diferença entre elas). Esta se chama Serafim e seus filhos e quem toca é Ruy Maurity Trio. Esta é um clássico. Apreciem sem preconceito! Espero sugestões de músicas (principalmente da ju que tem gosto mais apurado).

Acidente da TAM

Alguém também acha que a imprensa enlouqueceu?

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Tropeiro

Uma hora destas, vários peganínguem estão no parque de exposição de Santa Bárbara enchendo a cara e escutando a Ju cantar os refrões das músicas de Zezé di Camargo & Luciano.

Como eu não estou lá e não tenho nada melhor pra fazer, resolvi colocar a minha receita de feijão tropeiro americano:

-Comece abrindo uma NewCastle e servindo uma dose de cachaça porque ninguém é de ferro!




A maior dificuldade é conseguir os ingredientes:

-Na falta de panela de pressão e paciência para cozinhar o feijão, pode-se comprar feijão cozido enlatado. Os famosos “Pinto Beans”! Por favor, sem brincadeiras com o nome do produto. Basta deixar o feijão escorrer para deixa-lo seco.




-Lingüiça é outra dificuldade. Já tentei uma de porco (“Polish Sausage”) mas achei apimentada. Agora estou experimentando uma de boi (“Beef Links”). Corte em rodelas.


-Eu prefiro Bacon em cubos mas aqui só encontro fatias finas. O jeito é se virar com elas mesmo. Corte as fatias em pedaços menores.


-Couve (“Collard Greens”) é fácil de encontrar e basta lavar, enrolar as folhas e cortar bem fino. Como eu tenho pouca paciência, cortei grosso mesmo.



-Farinha de mandioca é outra luta. Depois de rodar vários supermercados eu encontrei farinha de mandioca (“Mandioc flour”) importada do Brasil no Whole Foods. A Farinha é grossa mas como já diziam os sábios Perdidos em L.A. –Pra quem é, ta bom!



Os outros ingredientes são básicos:

-Ovos

-Alho socado

-Manteiga

-Cebola

-Sal

O tropeiro americano não leva torresmo porque qualquer um desiste de qualquer coisa quando vislumbra a dificuldade de conseguir os ingredientes e de fazer o torresmo.

O preparo é simples, comparado com a dificuldade de conseguir os ingredientes:

Coloque a lingüiça e o bacon numa frigideira e refogue, pingando um pouco de água, de vez em quando, para que fritem em sua própria gordura. Reserve. Coloque a couve na MESMA panela em que foi preparada a lingüiça e refogue. Acerte o sal e reserve. Numa frigideira, derreta a manteiga, junte a cebola e o alho e refogue até a cebola dourar. Acrescente a farinha de mandioca, misture e, sem parar de mexer, deixe torrar. Adicione o feijão, a lingüiça e a couve e misture. Normalmente eu coloco cebolinha picada (“green onions”) nesta hora mas esqueci de comprar e ficamos sem.

Por via das dúvidas abra uma lata de coca-cola (qualquer coisa fica boa quando acompanhada de coca-cola).





Depois do almoço, um cafezinho pra diminuir o sono.




Locations of visitors to this page