Este texto foi retirado do Blog do Mino Carta que está de volta à internet apesar da incompatibilidade entre o autor e o computador.
Antes o muro, agora o mercado
Dizem que as ideologias estão no cemitério. É como se ninguém tivesse direito às suas idéias. Claro que certas ideologias, derrotadas na sua prática, morreram de morte morrida. Não faltarão outras, novas em folha. Nas últimas décadas, e sobretudo depois da queda do Muro de Berlim, a religião neo-liberal do Deus Mercado tripudiou sobre o passamento do socialismo real. Agora chegou a vez dela. Praticado sem freios, o fundamentalismo financeiro soçobra neste exato instante em meio a uma tormenta sem par. Transformaram o mundo em uma roleta a circular em torno do sol. Em um cassino do faraoeste, ao resguardo de qualquer regra. Que esperavam, que a farra durasse para sempre? Permitam uma filosofada. Acho que antes da ideologia vem a ética. É dela que decorrem a busca da igualdade e o reconhecimento de que a liberdade por si só não basta, e exige as indispensáveis limitações da lei. É a ética que não nos permite viver em paz em um mundo e em uma sociedade desiguais. Não há consciência ética em quem aceita a miséria do semelhante como fato corriqueiro, normal, natural. Este, diria Norberto Bobbio, não é de esquerda.
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