Los Alamos é uma pequena cidade no meio de montanhas no Novo México. De acordo com a wikipedia a população total é 11.909 habitantes, o que dá uma idéia do seu tamanho. É o suficiente, pelo menos, para um grande supermercado onde se encontra de tudo, uma loja da rede Starbucks e um McDonalds.
O aeroporto da cidade é muito pequeno e apenas pequenas aeronaves pousam ali. Atualmente não há vôos comerciais, apenas particulares. Por isso, a forma mais usual de se chegar à cidade é através de carro. Pode-se voar até a cidade de Albuquerque, alugar um carro e viajar 100 milhas até Los Alamos. A viagem de carro é bastante agradável. Entre Albuquerque e Santa Fé a vegetação é tipicamente desértica e entre Santa Fé e Los Alamos o clima e a vegetação mudam à medida que subimos as montanhas. Existe um caminho alternativo entre Albuquerque e Los Alamos que não passa por Santa Fé e passa por um parque nacional. O Valle Grande fica dentro deste parque.
É impossível falar de Los Alamos sem mencionar o Laboratório Nacional e o Projeto Manhattan (em inglês). O Projeto Manhattan foi criado para desenvolver uma arma atômica para os EUA. O nome veio do distrito de Nova York onde o primeiro escritório se encontrava.
Os bastidores do desenvolvimento da bomba atômica envolvem muitos físicos e política. A importância dos físicos é clara porque a base teórica necessários para o desenvolvimento daquele armamento havia side descoberta há poucos anos e, portanto, era de domínio exclusivo de alguns grupos de cientistas. Dentre os cientistas que se destacaram naquela época não se pode deixar de citar Marie Curie que foi a única pessoa a ganhar dois prêmios Nobel (Física e Química) e se tornou evidência da capacidade feminina em uma época ainda bastante machista. Alguns outros cientistas que ficaram famosos por suas descobertas nesta época são Einstein, Rutherford, Szilárd e Fermi.
Para se ter uma idéia da velocidade do desenvolvimento científico naquela época basta lembrar que o neutron foi descoberto apenas em 1932. Ainda na década de 30 descobriu-se que o núcleo de um átomo poderia partir-se após a absorção de um neutron liberando muita energia. Imediatamente gerou-se o princípio teórico para uma reação em cadeia: se a ruptura de um núcleo de um átomo libera mais neutrons do que a quantidade necessária para iniciar a reação, é possível que um evento desencadeie outro sucessivamente liberando enormes quantidades de energia. Szilárd descobriu, na teoria, que a fissão do urânio permitia uma reação em cadeia mas guardou seus resultados temendo que eles fossem usados por algum dos governos fascistas que surgiam na Europa. Outros fizeram o mesmo mas o grupo de Joliot Curie publicou resultados semelhantes pouco tempo depois. Após o início da II Guerra Mundial Einstein escreveu cartas para o presidente americano pedindo que este se esforçasse no desenvolvimento de armas atômicas temendo que Hitler o fizesse antes.
O esforço americano para o desenvolvimento de tecnologia nuclear foi separado em diversos sítios com um orçamento bilionário. O plutônio era produzido no sítio W em Hanford, Washington, o urânio era enriquecido no sítio X em Oak Ridge, Tenessee, e o laboratório central onde os componentes da bomba eram montados e testados ficou conhecido como sítio Y, em Los Alamos, Novo México. Outras partes do projeto foram conduzidas ainda em Chicago, Wendover, Ames, Dayton, Inyokern, Alamogordo, Berkeley e Trail.
O principal nome responsável pelas pesquisas em Los Alamos foi Robert Oppenheimer. Tanto o projeto quanto os sítios usados foram mantidos em segredo durante a guerra. Uma das curiosidades do processo é que, em certa etapa, era necessário o uso de cobre para construção de bobinas mas praticamente todo o cobre estava sendo consumido no esforço de guerra. Foi então usado prata do tesouro americano nas pesquisas, que foi posteriormente devolvida.
O Laboratório de Los Alamos também possui grande tradição em computadores de grande capacidade de processamento. Os computadores são usados para simular fenômenos físicos com mais detalhes do que seriam possíveis em um micro comum. O museu da cidade possui uma parte dedicada à história da computação desde o dispositivo mecânico mostrado na foto abaixo e passando pelos computadores de válvula, era dos transistores, circuitos integrados até chegar aos grandes computadores atuais que trabalham paralelamente.
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